Entendendo o comportamento para contribuir mais na educação dos filhos e alunos

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Ah, essa criança já nasceu bagunceira. Que criança tagarela, para de falar um pouco. Acorda para vida, pare de preguiça. Tome uma atitude, não seja bobo. Nossa, já vem o chato de novo.

No dia a dia utiliza se diversas palavras com o intuito de classificar as pessoas dentro de uma característica. Isso funciona em diversas situações, como por exemplo para descrever rapidamente uma pessoa ou um objeto. Só que em diversos outros contextos não, e ainda é prejudicial, principalmente quando tentam explicar o porquê do comportamento.

Existe um grande problema de atribuir à pessoa uma qualidade, pois pode se olhar apenas para um aspecto e deixar todo o restante de fora.

Vamos a um exemplo dos pais que atribui ao seu filho o rótulo de preguiçoso por não arrumar a cama. Mas, esse mesmo filho lava seus talheres e prato após as refeições e faz outras diversas tarefas no dia. O grande problema neste ponto é que só se olha para o que gostaria que o outro fizesse, e não para o que ele já faz.

Outra questão é que rótulos comportamentais não explicam o comportamento. Por exemplo, o comportamento de uma criança correndo na escola, subindo na cadeira e gritando:

Pergunta: por que ela está fazendo isso?

Resposta: é sempre assim, é porque ela é muito bagunceira.

Pergunta: e por que ela é bagunceira?

Resposta: porque ela vive subindo na cadeira, gritando e correndo pelos corredores.

Pergunta: por que ela faz isso?

Resposta: porque ela é muito bagunceira.

Veja, isso é uma explicação circular que não leva a lugar nenhum, não ajuda aos professores na escola a modificar o comportamento inadequado dos seus alunos e não ajuda aos pais em casa modificar o comportamento inadequado de seus filhos.

Agora, pare um pouco e pense como se explica os comportamentos no dia a dia, é só assim, só com explicações circulares. E isso, é um balde de água fria para quem quer contribuir na mudança de um comportamento inadequado de seus filhos e alunos ou em qualquer outro contexto.

Mas, tem como sair dessa explicação que não ajuda em nada? Sim, para nossa alegria tem como sim.

Primeiro passo é sabermos que não existe comportamento sem função. Então, temos que nos esvaziarmos dos conceitos pré-concebidos, e olharmos para o comportamento que está sendo emitido, principalmente para o que está ocorrendo após a emissão da ação. Então surge algumas perguntas que podem auxiliar. (leia os posts Afinal o que é comportamento (parte 1) Afinal o que é comportamento (parte 2) e Por que nos comportamos, para entender melhor sobre funções do comportamento).

Com este comportamento ela está ganhando atenção?

Ela está tendo acesso a alguma coisa, como celular, biscoito ou brinquedo?

Ela está conseguindo fugir de alguma tarefa, a atividade que deveria estar fazendo em sala de aula por exemplo, ou de ajudar a guardar seus brinquedos?

Outro exemplo interessante para analisarmos é o da criança que quer jogar no celular, então ela começa a fazer bagunça, aí a mãe ou o pai entrega o celular para ela.

Agora algo que acontece muito na escola é o professor está passando o conteúdo, então um aluno faz algo do tipo jogar uma bolinha de papel em outro, então começa uma algazarra na sala. O professor pede silêncio e diz para o aluno: pode sair da sala, na minha aula não permito essas coisas não.

Só que nos dois casos esses comportamentos constantemente se repetem. Então olhando para eles podemos observar que não é porque as crianças são bagunceiras e ponto. No exemplo 1 claramente a criança se comporta daquele jeito para ter acesso ao jogo no celular.  E no 2 era para fugir da atividade de sala de aula, ou para encontrar alguém fora da sala por exemplo.

Mas também é importante analisarmos o porquê os pais e o professor se comportam sempre desse jeito diante da bagunça de suas crianças respectivamente.

A criança está fazendo bagunça, e isso é aversivo (incomoda, estressa) para os pais, então entregar o celular para a criança cessa este comportamento do filho, então ele tende a sempre fazer assim. E o professor o mesmo, o aluno sair de sala elimina o comportamento aversivo para o professor.

Então ocorre a pergunta: se um está reforçando o comportamento do outro significa que não existe solução?? Estamos novamente em um círculo??

Quase isso, ainda bem que temos a possibilidade de nos comportamos ou não, podemos implementar estratégias que dando certo provavelmente serão utilizadas mais vezes.    

Então, vamos para elas!!

  • Seu filho solicita atenção de uma em uma hora por exemplo, com bagunça (gritando e fazendo coisas que você disse para ele não fazer)?
    Dê atenção para ele de 20 em 20 minutos, com ele fazendo comportamentos que você considera adequado, assim, provavelmente, ele ficará saciado da atenção e não fará bagunça para isso, depois você vai aumentando o tempo até um ponto que você ache adequado.
  • Seu filho solicita o celular para jogar ou assistir desenho, se você não der ele começa a fazer bagunça para conseguir?
    Estipule horários do dia que ele terá acesso ao celular e quanto tempo ele poderá ficar com ele.
  • Seu filho faz bagunça para não precisar ajudar a fazer uma tarefa, como guardar os brinquedos?
    Pode estipular uma disputa de quem guarda mais brinquedos, durante a guarda pode falar diversas frases como nossa, você é muito rápido, e ao final dizer parabéns, você conseguiu guardar tudo (se ele gostar de elogios).

Para os professores não vou deixar nenhuma dica específica porque na sala de aula, geralmente não é apenas um aluno, são uns 5 pelo menos fazendo comportamentos semelhantes (famosa bagunça) ao mesmo tempo e com funções diferentes, um é para sair de sala, outro é para fugir da atividade, o outro é para ter atenção dos alunos, o outro é para ter atenção do professor e por aí vai. Mas, você professor, pode entrar em contato por e-mail clicando aqui, ou pelo direct do Instagram @vcbevidencias assim posso lhe ajudar de forma mais eficiente. Vocês pais, também podem entrar em contato é um prazer sempre falar com vocês e trocar ideias.

Agora a principal dica é a ajuda profissional, você não está conseguindo sozinha(o) proporcionar a educação que gostaria para os seus filhos? não consegue implementar as dicas? procure uma ajuda profissional, um bom terapeuta irá te ajudar, pois lá o trabalho será realizado de forma individualizada, ou seja, especifica.

Cursos que irão te ajudar!

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