Meu filho não me respeita mais: possíveis causas e como agir

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Um dos maiores sonhos de todas as pessoas é ter filhos. Cuidar, brincar, educar. É planejado isso por anos antes da chegada dele. E então quando descobrem a gravidez o sonho virá realidade, é uma festa. Vem o nascimento, a primeira amamentação, as roupinhas, até a primeira fralda é maravilhosa. Porém, em muitas famílias com o passar do tempo a realidade começa a mudar. Quando se dão conta a criança faz tudo ao contrário do que os pais o instruem a fazer, grita com eles, fazem “pirraça” em uma loja, aliás, muitos pais nem conseguem sair com seus filhos por causa de tamanha pirraça (choro, grito, puxa roupa dos pais, se joga no chão, em alguns casos até batem neles).

Assim, o desespero e a frustação começam a tomar conta, choros começam a virar rotina, com sentimento de fracasso.  Já não são mais os mesmos no trabalho, já evitam receber pessoas em casa, com vergonha do comportamento de seus filhos. E então, tudo aquilo que foi planejado desmorona em cima de suas cabeças. E sempre vem aquela pergunta: onde estou errando? Por que meu(minha) filho(a) é assim? Faço tudo por ele(a), mas não adianta. Já não sei mais o que fazer.

Olhando assim, parece não ter solução, e neste ponto o que geralmente ocorre é a internalização do problema para a criança, muitas pessoas começam a dizer, a ele é assim mesmo, já nasceu assim. Bom, o que tenho a dizer, e com muita alegria, que não é bem assim, há solução, existem muitos estudos que trabalharam na modificação do comportamento neste contexto de educação familiar. 

Então vamos a explicação e depois propor algumas ações.

O que está acontecendo nestes casos é que os comportamentos inadequados (gritar com os pais, bater, chorar e se jogar para conseguir alguma coisa) estão sendo reforçados. O que significa isso?

Simples, vou fazer uma pequena explicação aqui, mas sugiro que leiam os posts Por que me comporto assim? e afinal, por que me comporto assim? (parte1) para entender melhor o que é comportamento e reforço.

Bom, para fazer essa explicação, vou utilizar o exemplo de um dia em uma loja. Os pais saíram com seu filho e foram a uma loja, chegando lá, andando pelos corredores a criança chega a um corredor e se depara com um monte de brinquedos, então começa o diálogo.

Criança: compra para mim aquele carrinho, eu quero.

Pais: hoje não, você já tem um monte em casa. Ou dizem: hoje não podemos, na próxima a gente compra.

Criança: Ah, mas eu quero muito.

Pais: Hoje não filho.

Criança: Cooompra, eu queeero! Falando mais alto e começa a puxar levemente a roupa dos pais.

Pais: Olha o que a gente conversou em casa, te explicamos que você não pode fazer assim com o papai e a mamãe.

Criança: Coompra, Eu quero agora! e puxa mais forte a roupa dos pais.

Pais: Não, dissemos que não e é não, se continuar assim vamos ter que ir embora, você está descumprindo o combinado, isso é feio filho.

Criança: Cooompra agooora! Cooompra! Coompra! Gritando e chorando e puxando para um lado e o outro a roupa dos pais.

Pais: Olha que vergonha que você está passando, todo mundo olhando para você, olha aquela criança, mas nova que você e se comportando. Para com isso agora.

Criança: Coompra, Coooompra! Chorando mais alto, jogando se no chão, batendo o pé no chão.

Pais: Tá bom, só esse, Levanta da ai e vamos.

Pais: Assim, não vai dá para sairmos mais. Toda vez isso. Já tínhamos conversado e você fez a mesma coisa de sempre.

O que aconteceu aqui é similar com o que acontece com mutas famílias, não é mesmo?!

Todas as falas da criança são comportamentos com a função de obter o brinquedo (consequência reforçadora) e em um primeiro momento os pais não dão o brinquedo, então os comportamentos aumentam de intensidade (choro mais alto, passa a gritar) variam na forma (puxar a roupa dos pais, se joga no chão) até que chega um momento que os pais entregam o brinquedo e a criança rapidamente para com aquele comportamento.  

Está bem claro nesse exemplo que a função deste comportamento era ter acesso ao brinquedo.

Mas agora, o que fazer?

  • Comece trabalhando a modificação de comportamentos, digamos, menos difíceis (isso vária de casa para casa, para uma família seria o de arrumar a cama, para outro o lavar as mãos antes das refeições);
  • Trabalhe com regras simples de serem atingidas, se você fizer isso, então terá aquilo, com comportamentos fáceis de serem atingidos pelos filhos;
  • Faça um roteiro de ações em uma determinada atividade familiar. Exemplo vai sair para ir a algum lugar, já saia com um roteiro pronto de tudo que irá fazer e siga o, escolha no início lugares que você consiga manter o roteiro mesmo que um comportamento inadequado aconteça;
  • Evite surpresas em terminar atividades que ele está fazendo anunciando com antecedência o término. Por exemplo uma criança que gosta muito de tomar banho, quando estiver terminando o banho indique para ela que irá acabar dizendo expressões do tipo, está acabando o banho, quando eu contar até 3 acabou. Ao terminar a atividade se a criança emitir um comportamento inadequado, mantenha e explique que foi avisado que terminaria;
  • Utilize a possibilidade de escolha prévia pela criança, você fornecendo as opções. Por exemplo, se a criança possui dificuldades de alimentar-se no café da manhã, possibilite a escolha entre dois alimentos (naturais de café da manhã) que ele goste;
  • A dica mais importante, ele está emitindo muitos comportamentos inadequados, de forma que você já não consegue colocar as estratégias em ação, então, procure um profissional. Será feito um trabalho individualizado, através de avaliações comportamentais, com base nas evidências científicas. A terapia Analítico comportamental possui excelentes procedimentos para te ajudar. 
  • Acesse também ao ótimo post “Meu filho não obedece” – confira 6 razões do porquê isso acontece! do blog integralemtntemae.com, irá ajudá-los.

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6 comentários em “Meu filho não me respeita mais: possíveis causas e como agir”

  1. Silvia Regina Macedo Rosa

    Hoje em dia , os pais estão mais preocupados dos filhos serem bajulados .Do que propriamente amados .
    Não levando ,a criança a ter o seu alto controle emocional.

    1. Isto é infelizmente um problema a ser entendido pr melhorar. Por q muitos pais, muitas vezes por falta de conhecimento sobre, tentam suprir a atenção com brinquedos, viagens e celular, quando a criança se frustra logo vem com alguma coisa pr criança se sentirem bem, e isso e outras coisas podem contribuir para problemas comportamentais sérios nas crianças. Por isso a terapia é tão importante.

  2. Pingback: Quando me comporto por algo tangível – VCBevidências

  3. Pingback: Afinal, o que é comportamento? (parte 2) – VCBevidências

  4. Pingback: Entendendo o comportamento para contribuir mais na educação dos filhos e alunos | VCBevidências

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